Psicólogo Gratuito em Porto Alegre

Psicólogo Gratuito em Porto Alegre

Encontrar apoio psicológico acessível é um passo muito importante para o bem-estar. Segue uma lista de locais em Porto Alegre (RS) que oferecem atendimento psicológico gratuito ou a custos sociais, com seus respectivos endereços e telefones.

É fundamental entrar em contato previamente com os locais para confirmar a disponibilidade de vagas, os horários de atendimento, como funciona o processo de triagem ou agendamento e eventuais taxas sociais (caso se apliquem), pois essas informações podem mudar, especialmente considerando que algumas informações podem ser de anos anteriores.

Universidades (Clínicas-Escola de Psicologia):

  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – Clínica de Atendimento Psicológico:

    • Endereço: Av. Protásio Alves, 297 – 3º ou 4º andar (entrada pela Rua São Manoel), Bairro Rio Branco/Santa Cecília, Porto Alegre – RS.
    • Telefone: (51) 3308-2025 / (51) 3308-2024. Outro contato mencionado é (51) 3308-5453 (para avaliação psicodiagnóstica).
    • WhatsApp (somente mensagens): (51) 9389-3663.
    • E-mail: clinicap@ufrgs.br
    • Observações: Oferece atendimento psicológico individual, em grupo, familiar e de casal. O atendimento inicial costumava ocorrer em dias específicos, por ordem de chegada, ou com agendamento conforme horários divulgados.
  • Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) – Clínica de Psicologia (SAPP):

    • Endereço: Av. Ipiranga, 6681 – Partenon, Porto Alegre – RS (Prédio 11, 2º andar, Sala 209).
    • Telefone: (51) 3320-3500 / (51) 3320-3561.
    • E-mail: sapp@pucrs.br
    • Observações: Oferece atendimento psicológico individual e em grupo. Pode ser gratuito ou a custo social, dependendo da avaliação socioeconômica.
  • Fundação Universitária Mário Martins:

    • Unidade Rio Branco: Rua Dona Laura, 221 – Rio Branco, Porto Alegre – RS. Telefones: (51) 3333-3266 / (51) 3333-6537.
    • Unidade Cristal: Av. Wenceslau Escobar, 1134 sala 412 – Cristal, Porto Alegre – RS. Telefone: (51) 3517-3266.
    • Unidade Lindóia: Rua Quito, 68 – Jardim Lindóia, Porto Alegre – RS. Telefone: (51) 3344-3141.
    • Observações: Oferece psicologia e psiquiatria, com necessidade de agendar entrevista de triagem.
  • FADERGS – Serviço de Psicologia:

    • Endereço: Rua Luiz Afonso, 84 – Cidade Baixa, Porto Alegre – RS.
    • Telefone: (51) 3210-8403.
    • Observações: Atendimento conforme lista de espera.
  • Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) – Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA):

    • Endereço: Rua Orfanotrófio, 555 – Alto Teresópolis, Porto Alegre – RS (Prédio C, subsolo 2, Prédio D).
    • Telefone: (51) 3230-3376 / (51) 3230-3380.
    • Observações: Atendimento conforme lista de espera, em horários específicos.
  • ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) – Centro de Psicologia:

    • Endereço: Av. Farrapos, 2190 – Floresta, Porto Alegre – RS.
    • Telefone: (51) 3388-4000 (verificar ramal específico ou contato direto da clínica).
    • Observações: Oferece atendimento psicológico individual e em grupo.
  • Atitus Educação – Sinapsi (Serviço Integrado de Atendimento em Psicologia):

    • E-mail para agendamento: sinapsi.poa@atitus.edu.br
    • Observações: Os pacientes passam por triagem e o custo das sessões informado anteriormente era de R$ 20. Verificar condições atuais.

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – Prefeitura de Porto Alegre: Os CAPS são serviços especializados do SUS, com “porta aberta” para acolhimento. A rede é dividida por especialidades. É importante verificar o CAPS de referência para seu bairro ou necessidade.

  • CAPS II (Transtornos mentais graves e persistentes):

    • CAPS II Bem Viver: Rua Marco Polo, 278 – Cristo Redentor. Telefone: (51) 3337-0726.
    • CAPS II Cais Mental: Avenida José Bonifácio, 71 – Bom Fim. Telefone: (51) 3289-5519.
    • CAPS II GCC (ou Flor de Maio): Rua Dr. Campos Velho, 1718 – Cristal. Telefone: (51) 3289-5728.
    • CAPS II Hospital de Clínicas: Rua São Manoel, 285 – Rio Branco. Telefone: (51) 3359-8710.
    • CAPS Altos da Glória: Av. Oscar Pereira, 3391 – Cascata. Telefone: (51) 3289-8258.
  • CAPSi (Infantojuvenil):

    • CAPSi Casa Harmonia: Avenida Loureiro da Silva, 1995 – Cidade Baixa. Telefone: (51) 3289-2690.
    • CAPSi Pandorga: Rua Dom Diogo de Souza, 429 – Cristo Redentor. Telefone: (51) 3340-1238.
    • CAPSi Supimpa: Rua São Manoel, 285 – Rio Branco. Telefone: (51) 3359-8712. (Outra fonte do GHC menciona: Rua Dom Diogo de Souza, 429, Cristo Redentor – Contato: (51) 3366.1429 (WhatsApp) / 3340.1238. E-mail: capsighc@ghc.com.br – é importante verificar o endereço correto).
  • CAPS AD (Álcool e Drogas):

    • CAPS AD II Esperança (ou GCC): Rua Raul Moreira, 253 – Cristal. Telefone: (51) 3289-5734.
    • CAPS AD III Passo a Passo: Avenida Carneiro da Fontoura, 57 – Jardim São Pedro. Telefone: (51) 3345-1759 (Funcionamento 24h).
    • CAPS AD III SCS: Avenida Cavalhada, 1930 – Cavalhada. Telefone: (51) 3230-6364 (Funcionamento 24h).
    • CAPS AD III PLP (ou Partenon Lomba do Pinheiro): Rua Dona Firmina, 144 – São José. Telefone: (51) 3230-6360 (Funcionamento 24h).
    • CAPS AD III Caminhos do Sol: Avenida Protásio Alves, 7585 – Alto Petrópolis. Telefone: (51) 3407-5225 (Funcionamento 24h).
    • CAPS AD III Girassol: Estrada João Antônio da Silveira, 440 – Restinga. Telefone: (51) 3248-7704 (Funcionamento 24h).
    • CAPS AD IV Céu Aberto: Rua Comendador Azevedo, 97 – Floresta. Telefone: (51) 3230-6366 (Funcionamento 24h). (Informação de 2024 indicava funcionamento no CS Santa Marta, Rua Capitão Montanha, 27 – Centro, com telefone (51) 99275-1156 – verificar local atual).
    • CAPS AD III Noroeste / Humaitá / Navegantes / Ilhas: Av. Pernambuco, 1700 – Navegantes. Telefone: (51) 3230-6362 ou (51) 99882-3313.

Outras Instituições e Iniciativas:

  • Centro de Valorização da Vida (CVV):

    • Telefone: 188 (ligação gratuita, 24 horas).
    • Site: www.cvv.org.br (oferece chat e e-mail).
    • Observações: Oferece apoio emocional e prevenção do suicídio. É um serviço de escuta sigiloso e anônimo.
  • Unidades de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) – ESMA (Equipes de Saúde Mental Adulto) e EESCA (Equipes Especializadas em Saúde da Criança e do Adolescente):

    • A SMS de Porto Alegre possui diversas equipes distribuídas pela cidade. Os endereços e telefones podem variar. Alguns exemplos que já foram listados:
      • ESMA Centro: Rua Capitão Montanha, s/n, 2º andar, Centro – (51) 3289-2962.
      • ESMA GCC: Avenida Oscar Pereira, 3391, bairro Cascata – (51) 3289-8258.
      • EESCA GCC: Avenida Moab Caldas, 400 (Posto da Cruzeiro – área 16), bairro Santa Tereza – (51) 3289-4065.
    • Observações: Recomenda-se buscar a lista atualizada no site da Prefeitura de Porto Alegre ou contatar a Secretaria de Saúde para os serviços mais próximos e forma de acesso.
  • Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA):

    • Endereço: Rua Faria Santos, 258 – Petrópolis, Porto Alegre – RS.
    • Telefone: (51) 3333-2140 / (51) 3333-7922.
    • Observações: Oferece atendimento psicanalítico, geralmente com agendamento e pode envolver custos sociais.
  • Instituto de Terapias Integradas de Porto Alegre (ITIPOA):

    • Endereço: Rua Ramiro Barcelos, 1517 sala 208 – Floresta, Porto Alegre – RS.
    • Telefone: (51) 3311-3008.
    • Observações: Oferece psicoterapia psicanalítica, com necessidade de agendar entrevista de triagem.
  • Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) e Plantão de Emergência em Saúde Mental IAPI:

    • PACS: Rua Professor Manoel Lobato, 151, Santa Tereza. Telefone: (51) 3289-4016 (Atendimento 24h).
    • Plantão IAPI: (Verificar endereço e telefone atualizados junto à SMS ou GHC).
    • Observações: Para casos de urgência e emergência psiquiátrica.

Recomendações Importantes:

  • Confirmação: Dada a possibilidade de alterações (especialmente em endereços, telefones de CAPS ou horários de clínicas-escola), sempre confirme os endereços, telefones e horários de funcionamento antes de se dirigir ao local.
  • Triagem/Agendamento: A maioria dos serviços gratuitos ou a baixo custo requer um processo de triagem ou agendamento prévio. Informe-se sobre os procedimentos.
  • Vagas: A demanda por atendimento psicológico gratuito é geralmente alta, e pode haver fila de espera em alguns serviços.
  • Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS): É uma fonte importante para obter informações atualizadas sobre a rede de atendimento em saúde mental no município.
  • Unidades Básicas de Saúde (UBS): São a porta de entrada do SUS e podem realizar o primeiro acolhimento e encaminhamento para serviços especializados.

Espero que esta lista seja útil!

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  • Irajá

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  • Botafogo

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LOCAIS DE ATENDIMENTO

  • Freguesia de Jacarepaguá

  • Gardênia Azul

  • Benfica

  • Santo Cristo

Porto Alegre: A Capital Gaúcha Entre a Tradição, a Resiliência e o Desafio Monumental da Saúde Mental Pós-Enchentes

Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, é uma cidade de contrastes e de uma identidade cultural profundamente enraizada. Banhada pelas águas do Lago Guaíba, que empresta à cidade um horizonte singular e pores do sol memoráveis, a metrópole de mais de 1,3 milhão de habitantes (IBGE, 2022) é um polo econômico, político e cultural do Sul do Brasil. Conhecida por sua efervescência intelectual, sua tradição psicanalítica, seus parques arborizados e o fervor de sua gente, Porto Alegre sempre enfrentou seus desafios com uma resiliência característica. No entanto, a cidade e todo o estado foram recentemente postos à prova por um evento climático catastrófico – as enchentes devastadoras de 2024 – que não apenas alteraram paisagens e vidas, mas impuseram um fardo imenso e urgente sobre a saúde mental de sua população. Este texto, com informações contextuais até 21 de maio de 2025, propõe uma imersão na alma porto-alegrense, explorando sua história, sua cultura e, de forma central, o panorama da saúde mental na cidade, especialmente à luz dos recentes e trágicos acontecimentos.

Porto Alegre: História, Cultura e a Força do Povo Gaúcho

A história de Porto Alegre remonta ao século XVIII, com a chegada dos primeiros casais açorianos, em 1752, para povoar a região e garantir a posse portuguesa do território. Oficialmente fundada como Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais em 1772, e elevada à condição de capital da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul no ano seguinte, a cidade cresceu às margens do Guaíba, tornando-se um importante entreposto comercial e porto fluvial.

O século XIX foi marcado pela Revolução Farroupilha (1835-1845), um dos mais longos e significativos conflitos civis da história do Brasil, no qual Porto Alegre desempenhou um papel central, sendo sitiada e palco de intensas disputas. Esse período forjou muito do espírito aguerrido e da identidade regionalista do povo gaúcho. A imigração europeia, especialmente alemã e italiana, no século XIX e início do XX, embora mais concentrada no interior do estado, também influenciou a cultura e a economia da capital.

A cultura porto-alegrense é um vibrante mosaico. O chimarrão é mais que uma bebida, é um ritual social de congregação. O churrasco é uma instituição. A música popular gaúcha (nativismo) e o rock gaúcho têm projeção nacional. A literatura floresceu com nomes como Érico Veríssimo, Mário Quintana (cuja antiga morada hoje é a Casa de Cultura Mario Quintana) e Lya Luft. A cidade também foi palco de importantes movimentos sociais e intelectuais, como o Fórum Social Mundial. O Brique da Redenção, aos domingos no Parque Farroupilha, é uma feira de artesanato, antiguidades e artes que se tornou um ponto de encontro tradicional.

A Orla do Guaíba, recentemente revitalizada, transformou-se em um dos espaços públicos mais queridos e frequentados, oferecendo áreas de lazer, esporte e contemplação. O Parque Farroupilha (Redenção) é o pulmão verde mais tradicional da cidade. A Usina do Gasômetro, com sua chaminé icônica, é um centro cultural e um local privilegiado para apreciar o pôr do sol sobre o Guaíba. O Mercado Público Central, com sua arquitetura histórica, é um polo de gastronomia e comércio de produtos regionais. O Centro Histórico preserva edificações como a Catedral Metropolitana, o Theatro São Pedro e o Paço Municipal. A Fundação Iberê Camargo, com sua arquitetura arrojada, é um importante museu de arte moderna.

Economicamente, Porto Alegre é um centro diversificado de serviços, comércio, indústria e tecnologia. Sua localização estratégica no Cone Sul também a torna um importante polo logístico.

A Prova da Água: As Enchentes de 2024 e o Espírito de Resiliência

O ano de 2024 ficou marcado na história de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul pelas enchentes catastróficas que atingiram níveis sem precedentes, superando a histórica cheia de 1941. Bairros inteiros foram submersos, milhares de pessoas foram desalojadas, a infraestrutura da cidade foi severamente comprometida (incluindo o aeroporto, rodoviária e sistemas de abastecimento de água e energia), e o impacto humano, social e econômico foi devastador. Este evento climático extremo, ligado às mudanças climáticas globais, não apenas expôs vulnerabilidades, mas também desencadeou uma onda de solidariedade e a necessidade urgente de repensar o planejamento urbano e as estratégias de adaptação e mitigação. A reconstrução da cidade e, fundamentalmente, das vidas afetadas, tornou-se a principal prioridade, com a saúde mental emergindo como um componente crítico desse processo.

Saúde Mental em Porto Alegre: Entre a Tradição Psicanalítica, a Rede Robusta e o Impacto Devastador das Adversidades

Porto Alegre possui uma história notável no campo da saúde mental no Brasil, sendo pioneira em movimentos de reforma psiquiátrica e abrigando uma forte tradição psicanalítica, com alta densidade de profissionais e instituições de formação. No entanto, os desafios são imensos, especialmente após a tragédia das enchentes de 2024, que impôs uma demanda sem precedentes aos serviços de saúde mental.

A Pioneira e Extensa Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) Porto-Alegrense:

A cidade conta com uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) bem estruturada e diversificada, que busca oferecer um cuidado comunitário e territorializado:

  • Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Porto Alegre dispõe de uma ampla rede de CAPS, cobrindo diferentes especialidades e territórios:

    • CAPS II: Para adultos com transtornos mentais graves e persistentes (ex: Bem Viver, Cais Mental, GCC/Flor de Maio, Hospital de Clínicas, Altos da Glória).
    • CAPSi (Infantojuvenil): Para crianças e adolescentes (ex: Casa Harmonia, Pandorga, Supimpa).
    • CAPS AD (Álcool e outras Drogas): Oferecendo cuidado especializado, incluindo unidades com funcionamento 24 horas (CAPS AD III e IV, como Passo a Passo, SCS, PLP, Caminhos do Sol, Girassol, Céu Aberto, Noroeste/Humaitá/Navegantes/Ilhas). Estes centros são a espinha dorsal do cuidado em saúde mental no SUS.
  • Atenção Primária à Saúde (APS) e Equipes de Saúde Mental (ESMA/EESCA): As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada do sistema e contam com o apoio de Equipes de Saúde Mental Adulto (ESMA) e Equipes Especializadas em Saúde da Criança e do Adolescente (EESCA) para qualificar o cuidado no território.

  • Clínicas-Escola Universitárias e Instituições de Formação: Universidades como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a Fundação Universitária Mário Martins, a FADERGS, o Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), a ULBRA e a Atitus Educação mantêm clínicas-escola que oferecem atendimento psicológico e psiquiátrico gratuito ou a custos sociais, desempenhando um papel crucial na ampliação do acesso e na formação de profissionais.

  • Serviços Hospitalares e de Urgência/Emergência: O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é uma referência. O Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) e o Plantão de Emergência em Saúde Mental do IAPI (quando operacional) são importantes para casos de crise aguda.

  • Apoio da Sociedade Civil e Iniciativas Comunitárias: Organizações como o Centro de Valorização da Vida (CVV – telefone 188), a Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA) e o Instituto de Terapias Integradas de Porto Alegre (ITIPOA) complementam a rede de apoio.

Desafios Amplificados e a Urgência do Cuidado Pós-Enchentes:

A já existente pressão sobre os serviços de saúde mental foi dramaticamente intensificada pela catástrofe climática de 2024:

  • Acesso, Equidade e a Demanda Explosiva Pós-Enchentes: A demanda por atendimento psicológico e psiquiátrico explodiu. Milhares de pessoas enfrentam luto pela perda de entes queridos, de suas casas, de seus pertences, de seus empregos e de suas referências comunitárias. O acesso aos serviços, já desafiador, tornou-se ainda mais crítico com a desorganização da cidade, a dificuldade de locomoção e a própria destruição de algumas unidades de saúde.
  • Estigma e a Busca por Acolhimento em Tempos de Crise: Embora a tragédia possa, em alguns casos, reduzir o estigma associado à busca por ajuda (já que o sofrimento se torna coletivo e visível), a cultura do “gaúcho forte” pode, para alguns, dificultar a expressão da vulnerabilidade. A necessidade de acolhimento imediato e sensível é imensa.
  • O Impacto Devastador das Enchentes de 2024 na Saúde Mental Coletiva: O trauma individual e coletivo é incalculável. Ansiedade generalizada, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão, transtornos do sono, aumento do uso de substâncias psicoativas e ideação suicida são algumas das consequências esperadas e já observadas. A perda de segurança básica e a incerteza sobre o futuro são fontes contínuas de angústia. Crianças, idosos e pessoas com transtornos mentais preexistentes são grupos especialmente vulneráveis.
  • Recursos e a Sobrecarga do Sistema: A rede de saúde mental, mesmo sendo robusta, foi severamente sobrecarregada. Profissionais de saúde também foram afetados pela enchente, muitos deles perdendo suas casas ou tendo familiares desabrigados, o que adiciona uma camada de complexidade ao cuidado (cuidar do cuidador). A necessidade de recursos financeiros, humanos e materiais para enfrentar essa crise de saúde mental é urgente e de longo prazo.
  • Questões Preexistentes Agravadas: Problemas como altas taxas de depressão e suicídio historicamente observadas no Rio Grande do Sul, e o uso de substâncias, podem ser exacerbados pelo trauma e pelo desespero decorrentes da catástrofe.

Resiliência, Solidariedade e a Reconstrução do Bem-Estar Psíquico:

A resposta à crise das enchentes em Porto Alegre demonstrou a imensa capacidade de solidariedade do povo gaúcho e de todo o Brasil. No campo da saúde mental, essa mobilização é vital:

  • Políticas Públicas e a Resposta Emergencial e de Longo Prazo: Ações emergenciais de acolhimento psicossocial foram implementadas em abrigos e comunidades afetadas. No entanto, é crucial o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas de saúde mental de longo prazo, focadas no cuidado continuado, na reabilitação psicossocial e na reconstrução dos laços comunitários.
  • O Protagonismo da Academia e dos Profissionais de Saúde Mental: Universidades, conselhos profissionais e associações científicas têm se mobilizado para oferecer apoio, capacitação e pesquisa, buscando entender e mitigar os impactos psicossociais da tragédia. Profissionais de saúde mental estão na linha de frente, muitas vezes em condições adversas.
  • Conscientização, Apoio Mútuo e a Força da Comunidade: A conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde mental em situações de desastre é fundamental. A criação de redes de apoio mútuo nas comunidades, o fortalecimento dos laços de vizinhança e a valorização da escuta e do acolhimento são estratégias poderosas.
  • A Busca por um Cuidado Humanizado, Focado no Trauma e na Reconstrução de Vidas: O cuidado em saúde mental pós-desastre deve ser eminentemente humanizado, centrado nas necessidades das vítimas, com foco no tratamento do trauma, no manejo do luto e no apoio à reconstrução de projetos de vida e da esperança.

Porto Alegre, a Força da Reconstrução e o Imperativo da Saúde Mental

Porto Alegre, a capital que canta seus feitos e cultiva suas tradições, enfrenta hoje um dos maiores, se não o maior, desafio de sua história. As águas do Guaíba, que tantas vezes emolduraram sua beleza, trouxeram consigo uma devastação que transcende o material, atingindo profundamente a alma e a saúde mental de seu povo. A reconstrução da cidade será um processo longo e árduo, e a recuperação psicossocial de seus habitantes é um componente indissociável e prioritário dessa jornada.

A resiliência, a solidariedade e a forte identidade cultural do povo gaúcho são alicerces importantes para essa reconstrução. A robusta tradição de cuidado em saúde mental da cidade, aliada à mobilização de profissionais, instituições e da sociedade civil, oferece uma base para a esperança. No entanto, o caminho à frente exige um compromisso sustentado com o investimento em saúde mental, a implementação de políticas públicas eficazes e a contínua luta contra o estigma. Que Porto Alegre possa emergir dessa provação não apenas com suas ruas e casas reconstruídas, mas com uma comunidade mais consciente da importância vital do cuidado com a mente, mais unida e, fundamentalmente, mais forte em seu tecido psicossocial. A saúde mental é, hoje mais do que nunca, a chave para a verdadeira reconstrução da “Capital dos Gaúchos”.