Psicólogo Gratuito RJ

Psicólogo Gratuito RJ

Buscar apoio psicológico é um passo fundamental para o bem-estar. No Rio de Janeiro, existem diversas instituições que oferecem atendimento psicológico gratuito ou a custos sociais. É importante ressaltar que a disponibilidade de vagas pode variar e muitos serviços exigem um cadastro prévio ou triagem. Recomendo entrar em contato diretamente com os locais para obter informações atualizadas.

Segue uma lista de locais na cidade do Rio de Janeiro (e alguns em Niterói, pela proximidade e relevância) que oferecem ou já ofereceram esses serviços:

Universidades (Clínicas-Escola de Psicologia):

  • Instituto de Psiquiatria (IPUB) da UFRJ:

    • Endereço: Av. Venceslau Brás, 71 Fundos – Botafogo, Rio de Janeiro – RJ
    • Telefone: (21) 3873-5536 (verificar se este é o contato para triagem) ou (21) 3938-5536
    • Observações: Serviço gratuito.
  • Divisão de Psicologia Aplicada Prof.ª Isabel Adrados (DPA) – Instituto de Psicologia da UFRJ:

    • Endereço: Avenida Pasteur, 250 – Pavilhão Nilton Campos, Campus da Praia Vermelha, Rio de Janeiro – RJ, CEP 22290-240
    • Telefone: (21) 2295-8113
  • Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro):

    • Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524 – 10° andar – Bloco D, Sala 10.006, Maracanã, Rio de Janeiro – RJ
    • Telefone: (21) 2334-0033 / (21) 2334-0688 / (21) 2334-0108
    • Observações: Inscrições geralmente abertas mensalmente, exceto em períodos de férias ou greve.
  • Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro):

    • Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 225, Gávea, Rio de Janeiro – RJ, CEP 22453-900
    • Telefone: (21) 3527-1574 / (21) 3527-1575
    • WhatsApp: (21) 99328-2539
    • Site para inscrição: https://www.psi.puc-rio.br/site/index.php/spa-servicos (verificar se há ficha de inscrição online)
    • Observações: Pode envolver uma taxa social.
  • Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Universidade Veiga de Almeida (UVA):

    • Campus Tijuca: Rua Ibituruna, 108 Vila Universitária – Casa 04, Tijuca, Rio de Janeiro – RJ. Telefone: (21) 2574-8898
    • Campus Barra da Tijuca: Av. Ayrton Senna, 2001 Bloco 3 Sala 43 (ou Av. General Felicíssimo Cardoso, 500). Telefone: (21) 3326-1350 / (21) 3325-2333 (Ramal: 146 ou 147)
  • Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) do IBMR:

    • Campus Botafogo: Praia de Botafogo, 158. Telefone: (21) 2552-8096
    • Campus Catete: Rua Corrêa Dutra, 133. Telefone: (21) 2557-0001 (Ramal: 1385)
    • Campus Barra da Tijuca: Av. das Américas, 2603. Telefone: (21) 3544-1187
    • Observações: O IBMR também divulgou inscrições para Psicoterapia gratuita online em grupo, com alcance nacional (verificar disponibilidade atual).
  • CLESAM – Clínica da UNISUAM (Centro Universitário Augusto Motta):

    • Campus Bonsucesso: Rua Dona Isabel, 94, Bonsucesso, Rio de Janeiro – RJ. Telefone: (21) 3882-9720. E-mail: sec.clesambs@unisuam.edu.br
    • Campus Campo Grande: Av. Cesário de Melo, 2541 (ou 2571), Campo Grande, Rio de Janeiro – RJ. Telefone: (21) 3882-2227 / (21) 99605-9917. E-mail: sec.clesamcg@unisuam.edu.br
  • Universidade Santa Úrsula (USU) – Atendimento Psicanalítico Online:

    • WhatsApp: (21) 2146-0288 (Verificar se o serviço continua ativo e a modalidade de inscrição).
  • Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Universidade Estácio de Sá:

    • Campus João Uchôa (Rio Comprido): Rua do Bispo, 83, Rio Comprido, Rio de Janeiro – RJ. Telefone: (21) 4003-6767 / (21) 2583-7116.
    • Campus Norte Shopping (Cachambi): Av. Dom Helder Câmara, 5080, Cachambi, Rio de Janeiro – RJ. Telefone: (21) 2583-7100 / (21) 2583-7116.
    • Observações: Oferece psicoterapia individual, em grupo e plantão psicológico.
  • Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da UFF (Universidade Federal Fluminense) – Niterói:

    • Endereço: Campus do Gragoatá, Rua Professor Marcos Waldemar de Freitas Reis, Bloco N, 5º Andar, São Domingos, Niterói – RJ.
    • Telefone: (21) 2629-2951 / (21) 2629-2952.
    • E-mail: spa.uff@gmail.com ou spa@vm.uff.br
    • Site: https://spa.sites.uff.br/
  • Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH) – Niterói:

    • Endereço: Rua Visconde do Rio Branco, 881, Centro, Niterói – RJ (próximo à UFF Gragoatá).
    • Telefone: (21) 2707-3500.
    • Observações: Atendimento de segunda a sexta e sábados.

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – Prefeitura do Rio de Janeiro e Rede Estadual: Os CAPS são serviços especializados do SUS, com “porta aberta” para acolhimento. A rede é extensa e dividida por especialidades (transtornos mentais, álcool e drogas, infantojuvenil) e por Áreas de Planejamento (AP). É importante verificar o CAPS de referência para seu bairro. A Prefeitura do Rio informa que possui 31 unidades próprias e outras 3 de redes estadual e federal complementam a rede no município. O telefone da Central 1746 pode fornecer informações sobre o CAPS mais próximo.

Alguns exemplos (a lista completa e atualizada pode ser obtida no site da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro – https://saude.prefeitura.rio/caps/ ou através da Central 1746):

  • Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro (CPRJ) – Estadual (AP 1.0):

    • Endereço: Praça Coronel Assunção, s/n – Saúde (Praça Mauá), Rio de Janeiro – RJ
    • Telefone: (21) 2332-568 (ou 2216-6534)
    • Observações: Atende moradores dos bairros da AP1 (Centro, Fátima, Santo Cristo, Caju, Mangueira, São Cristóvão e proximidades). Necessário comprovante de residência.
  • CAPS II Clarice Lispector (AP 3.2):

    • Endereço: Rua Dois de Fevereiro, 785A – Encantado, Rio de Janeiro – RJ
    • Telefone: (21) 3111-7490 / (21) 3111-7411
  • CAPS III Franco Basaglia (AP 2.1):

    • Endereço: Avenida Venceslau Brás, 65, fundos – Botafogo, Rio de Janeiro – RJ
    • Telefone: (21) 2542-6761
  • CAPSad II Centro-Rio (Estadual – parte da AP 2.1):

    • Endereço: Rua Dona Mariana, 151 – Botafogo, Rio de Janeiro – RJ
    • Telefone: (21) 2334-8109
  • CAPS II Lima Barreto (AP 5.1):

    • Endereço: Av. Ribeiro Dantas, 571 – Bangu, Rio de Janeiro – RJ
  • CAPSi II Heitor Villa Lobos (AP 3.3):

    • Endereço: Rua Honório, 461 – Todos os Santos, Rio de Janeiro – RJ (endereço pode variar, verificar o mais atual)
    • Telefone: (21) 3111-620 (ou 3111-7139)

Outras Instituições e Iniciativas:

  • Centro de Valorização da Vida (CVV):

    • Telefone: 188 (ligação gratuita, 24 horas)
    • Site: https://www.cvv.org.br/chat/ (chat online)
    • Observações: Oferece apoio emocional e prevenção do suicídio.
  • Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ):

    • Telefone: (21) 3594-7828
    • Instagram: @sociedade_psicanalitica_do_rj
    • Observações: Pode oferecer serviços gratuitos ou a custos sociais.
  • Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ):

    • Telefone: (21) 99619-7335 / (21) 2537-1333
    • E-mail: sbprj@sbprj.org.br
    • Site: http://sbprj.org.br
    • Observações: Pode oferecer serviços gratuitos ou a custos sociais.
  • Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro:

    • Endereço: Rua David Campista, 170, Botafogo, Rio de Janeiro – RJ
    • Telefone: (21) 2286-6922 / (21) 2286-6812
  • Instituto da Família (INFA) – Tijuca:

    • Endereço: Rua Alzira Brandão, 459 – Tijuca, Rio de Janeiro – RJ
    • Telefone: (21) 2567-9899
    • E-mail: infatijuca@ig.com.br
  • Roda de Terapia Comunitária (Botafogo):

    • Endereço: Rua Álvaro Borgerth, 27 – Botafogo, Rio de Janeiro – RJ (Entre a Rua da Matriz e Rua Real Grandeza)
    • Telefone: (21) 2197-1500
    • Observações: Grupo aberto e gratuito, geralmente às quartas-feiras (confirmar).

Recomendações Importantes:

  • Confirmação: Dada a possibilidade de alterações (especialmente em endereços, telefones de CAPS ou horários de clínicas-escola), sempre confirme os enderechos, telefones e horários de funcionamento antes de se dirigir ao local.
  • Triagem/Agendamento: A maioria dos serviços gratuitos ou a baixo custo requer um processo de triagem ou agendamento prévio. Informe-se sobre os procedimentos.
  • Vagas: A demanda por atendimento psicológico gratuito é geralmente alta, e pode haver fila de espera em alguns serviços.
  • Unidades Básicas de Saúde (UBS) / Clínicas da Família: São a porta de entrada do SUS e podem realizar o primeiro acolhimento e encaminhamento para serviços especializados de saúde mental. Procure a unidade mais próxima de sua residência.
  • Central de Atendimento da Prefeitura (1746): Pode fornecer informações sobre os serviços de saúde mental municipais e o CAPS de referência para sua área.

Espero que esta lista detalhada seja útil para você encontrar o apoio que precisa!

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  • Botafogo

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  • Freguesia de Jacarepaguá

  • Gardênia Azul

  • Benfica

  • Santo Cristo

Rio de Janeiro: A Cidade Maravilhosa Entre a Exuberância, os Contrastes e o Desafio da Saúde Mental

O Rio de Janeiro, carinhosamente apelidado de “Cidade Maravilhosa”, é um ícone global, um cartão-postal vivo que conjuga uma natureza exuberante com uma efervescência cultural contagiante. Palco de uma história rica, desde a fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro, passando por capital do Brasil Colônia, do Império e da República até 1960, a cidade de mais de 6,2 milhões de habitantes (IBGE, 2022) é um universo de contrastes. A beleza estonteante de suas montanhas que mergulham no mar, suas praias mundialmente famosas e a alegria contagiante de seu povo convivem com profundas desigualdades sociais, violência urbana e os desafios inerentes a uma das maiores metrópoles da América Latina. Nesse cenário complexo e vibrante, a saúde mental da população carioca emerge como um campo de crescente importância e de imensos desafios, refletindo as tensões e as potencialidades de uma cidade que nunca deixa de pulsar. Este texto, com informações contextuais até 21 de maio de 2025, propõe uma imersão na alma do Rio de Janeiro, explorando sua trajetória, seus encantos e sua cultura, para então se aprofundar no panorama da saúde mental na cidade, seus avanços, obstáculos e as perspectivas para um futuro onde o bem-estar psíquico seja tão celebrado quanto suas belezas naturais.

Rio de Janeiro: História, Cultura e a Beleza Caótica da Metrópole Tropical

A história do Rio de Janeiro é uma narrativa de protagonismo e transformações. Desde sua fundação oficial em 1º de março de 1565 por Estácio de Sá, a cidade desempenhou um papel central na formação do Brasil. Sua baía estratégica, a Guanabara, e seu porto natural impulsionaram seu crescimento como centro comercial e administrativo. A chegada da família real portuguesa em 1808 elevou o Rio à condição de sede do império ultramarino português, trazendo um influxo de transformações urbanas, culturais e intelectuais. Com a Independência, tornou-se a capital do Império do Brasil e, posteriormente, da República, até a transferência da capital para Brasília.

A paisagem carioca é mundialmente reconhecida. O Pão de Açúcar, o Corcovado com a estátua do Cristo Redentor (uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno), as praias de Copacabana e Ipanema, imortalizadas na música e na poesia, e a vasta Floresta da Tijuca (uma das maiores florestas urbanas do mundo) compõem um cenário de beleza incomparável. A orla, com seus calçadões, é um espaço democrático de lazer, esporte e convívio social.

A cultura carioca é um caldeirão efervescente, um símbolo da identidade brasileira. O samba, nascido nos morros e terreiros da cidade, e a Bossa Nova, com sua sofisticação harmônica, conquistaram o mundo. O Carnaval do Rio, com seus desfiles suntuosos na Marquês de Sapucaí e os blocos de rua que arrastam multidões, é a maior festa popular do planeta. O funk carioca, com suas batidas contagiantes e suas letras que retratam o cotidiano das favelas, é outra expressão cultural de grande impacto. O futebol é uma paixão que inflama o Maracanã, templo sagrado do esporte. A Lapa, com seus arcos históricos, é o reduto da boemia, do samba de raiz e de diversas tribos urbanas. Santa Teresa, com seu charmoso bondinho e seus ateliês de artistas, oferece uma atmosfera bucólica em meio à metrópole.

A gastronomia reflete essa diversidade, com a tradicional feijoada, os petiscos de botequim, os sucos de frutas tropicais e a influência da culinária portuguesa e afro-brasileira. O Theatro Municipal, o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Jardim Botânico são outros importantes equipamentos culturais e de lazer.

Economicamente, o Rio de Janeiro é um importante centro de serviços, comércio, turismo, indústria cultural e finanças. A indústria do petróleo e gás, com forte presença no estado, também impacta a economia da capital. No entanto, a cidade é marcada por uma profunda desigualdade social, com um contraste gritante entre as áreas nobres da Zona Sul e as vastas favelas e periferias que abrigam grande parte de sua população, muitas vezes com acesso limitado a serviços básicos e expostas à violência.

A violência urbana é um desafio crônico e complexo no Rio de Janeiro, com confrontos armados, balas perdidas e a atuação de facções criminosas e milícias impactando diretamente a vida e a segurança dos cidadãos, especialmente nas comunidades mais vulneráveis.

Saúde Mental no Rio de Janeiro: Navegando a Complexidade Carioca em Busca de Bem-Estar

A saúde mental da população carioca é profundamente afetada por essa realidade de contrastes: a beleza estonteante e a alegria contagiante convivem com o estresse da violência, da desigualdade e das dificuldades da vida em uma grande metrópole. O cuidado com a saúde mental no Rio de Janeiro, portanto, exige abordagens que considerem essa complexidade e as múltiplas vulnerabilidades de seus habitantes.

A Extensa e Multifacetada Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) Carioca:

O Rio de Janeiro possui uma das maiores e mais diversificadas Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) do Brasil, estruturada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e complementada por instituições universitárias e da sociedade civil. Essa rede busca oferecer um cuidado comunitário, territorializado e em consonância com os princípios da Reforma Psiquiátrica, com forte influência do legado de Nise da Silveira, pioneira da psiquiatria humanizada no Brasil, cujo trabalho no Engenho de Dentro marcou a história da saúde mental no país. A rede municipal é organizada por Áreas de Planejamento (AP).

  • Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): São os pilares do cuidado em saúde mental no território. O Rio de Janeiro conta com uma vasta gama de CAPS, cobrindo diferentes especialidades e regiões:

    • CAPS para Transtornos Mentais (tipo II e III): Atendem adultos com transtornos mentais graves e persistentes, com unidades espalhadas por toda a cidade, algumas com funcionamento 24 horas (CAPS III), como o CAPS Franco Basaglia e o CAPS Clarice Lispector.
    • CAPS AD (Álcool e outras Drogas): Oferecem cuidado especializado para pessoas com necessidades decorrentes do uso problemático de álcool e outras substâncias psicoativas, incluindo unidades 24 horas (CAPS AD III e IV), como o CAPSad Centro-Rio e unidades em diversas APs.
    • CAPSi (Infantojuvenil): Destinados ao cuidado de crianças e adolescentes com transtornos mentais, como o CAPSi Heitor Villa Lobos. Estes centros funcionam em regime de porta aberta, oferecendo acolhimento, acompanhamento multiprofissional e diversas atividades terapêuticas.
  • Atenção Primária à Saúde (APS): As Clínicas da Família e Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada do SUS e desempenham um papel crucial na identificação precoce de problemas de saúde mental, no manejo de casos leves e moderados, na promoção da saúde mental e na articulação com os CAPS. O Rio tem investido na integração da saúde mental na APS.

  • Clínicas-Escola Universitárias: Como um importante polo educacional, o Rio de Janeiro se beneficia da contribuição fundamental de diversas clínicas-escola de psicologia mantidas por instituições de ensino superior. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), através do Instituto de Psiquiatria (IPUB) e da Divisão de Psicologia Aplicada (DPA), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a Universidade Veiga de Almeida (UVA), o IBMR, a UNISUAM e a Universidade Estácio de Sá oferecem atendimento psicológico gratuito ou a custos sociais para a comunidade, ampliando o acesso e sendo campos essenciais para a formação de novos profissionais. Instituições em Niterói, como a UFF, também atendem a população da região metropolitana.

  • Serviços Hospitalares de Referência e Urgência/Emergência: O Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB) e o Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro (CPRJ – estadual) são referências. Hospitais gerais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) também devem oferecer o primeiro atendimento em crises.

  • A Força da Sociedade Civil, ONGs e Iniciativas Comunitárias: Organizações como o Centro de Valorização da Vida (CVV – telefone 188), sociedades psicanalíticas como a SPRJ e a SBPRJ, o Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro, o Instituto da Família (INFA) e iniciativas como Rodas de Terapia Comunitária complementam a rede de apoio, oferecendo escuta, acolhimento e, em alguns casos, atendimento a custos sociais ou gratuito.

Desafios Monumentais no Cuidado à Mente na “Cidade Maravilhosa”:

Apesar da extensa rede, a garantia de um cuidado em saúde mental universal, equitativo e de qualidade no Rio de Janeiro enfrenta obstáculos significativos, muitos deles intrinsecamente ligados às suas características socioeconômicas e urbanas:

  • Acesso, Equidade e o Abismo Social: A profunda desigualdade social do Rio se reflete no acesso à saúde mental. Moradores de favelas e periferias, muitas vezes as áreas mais afetadas pela violência e com menor infraestrutura, enfrentam maiores barreiras para acessar os serviços, que podem estar concentrados em outras regiões ou sobrecarregados. Filas de espera são um problema crônico.
  • Estigma e as Barreiras Culturais: O estigma em relação aos transtornos mentais ainda é uma realidade, dificultando a busca por ajuda. Em uma cidade com uma diversidade cultural e religiosa tão grande, é preciso que os serviços sejam sensíveis e capazes de dialogar com diferentes visões sobre o sofrimento psíquico.
  • O Impacto Onipresente da Violência Urbana: Este é, talvez, o fator mais crítico e específico do Rio. A exposição crônica à violência (confrontos armados, balas perdidas, operações policiais, luto por perdas violentas) gera níveis alarmantes de trauma, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental, especialmente em crianças, adolescentes e moradores de áreas de conflito. A “banalização” da violência pode levar à normalização do sofrimento.
  • Recursos e a Luta por uma Rede Sustentável e Eficaz: A garantia de financiamento adequado para a manutenção, expansão e qualificação contínua da RAPS, bem como a valorização e a contratação de profissionais em número suficiente (psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, redutores de danos), são desafios permanentes, especialmente em um contexto de crises fiscais.
  • Questões Específicas: O uso problemático de álcool e outras drogas, especialmente o crack, é um grave problema de saúde pública com profundas implicações para a saúde mental. A saúde mental de populações específicas (pessoas em situação de rua, LGBTQIA+, vítimas de violência doméstica, policiais e outros profissionais expostos à violência) demanda atenção particularizada.

Construindo Pontes de Cuidado e Esperança no Cenário Carioca:

Apesar dos imensos desafios, o Rio de Janeiro possui uma capacidade notável de resiliência, criatividade e mobilização social, que também se reflete nos esforços para fortalecer a saúde mental:

  • Políticas Públicas e a Busca por Soluções Integradas e Territoriais: As gestões municipal e estadual têm buscado fortalecer a RAPS, com foco na territorialização do cuidado, na integração com a Atenção Primária (Clínicas da Família) e na implementação de programas específicos para áreas e populações mais vulneráveis.
  • O Legado da Reforma Psiquiátrica e o Protagonismo da Academia: O Rio de Janeiro tem um histórico importante na luta antimanicomial e na implementação dos princípios da Reforma Psiquiátrica. As universidades locais são centros de excelência na formação de profissionais, na pesquisa científica e no desenvolvimento de práticas inovadoras e projetos de extensão comunitária.
  • Conscientização, Educação em Saúde e a Mobilização Social: Campanhas como o “Janeiro Branco” e o “Setembro Amarelo”, juntamente com a atuação de movimentos sociais, coletivos culturais e ONGs, são fundamentais para combater o estigma, promover o debate público sobre saúde mental e defender o direito a um cuidado digno e de qualidade.
  • A Busca por um Cuidado Humanizado, Antimanicomial e Focado na Cidadania: A perspectiva é de um cuidado em saúde mental que vá além da medicalização, que valorize a escuta, o acolhimento, a singularidade de cada indivíduo e que promova a cidadania, a autonomia e a reinserção social.

Rio de Janeiro, a Resiliência Carioca e o Imperativo do Cuidado Psicossocial

O Rio de Janeiro, com sua beleza que arrebata e seus problemas que desafiam, é uma cidade de paixões e paradoxos. A “Cidade Maravilhosa” é também uma cidade que sofre, que luta e que resiste. Nesse contexto, a saúde mental de sua população não é apenas uma questão de saúde pública, mas um imperativo social e um termômetro da capacidade da cidade de cuidar de seus filhos e filhas.

A jornada para construir um sistema de saúde mental verdadeiramente acessível, equitativo, humanizado e eficaz para todos os cariocas é longa e árdua. Exige o compromisso contínuo de governantes, profissionais de saúde, instituições de ensino, sociedade civil organizada e de cada cidadão. É preciso enfrentar de forma estrutural as raízes da violência e da desigualdade, que tanto adoecem a população.

A resiliência, a criatividade, a solidariedade e a alegria que caracterizam o espírito carioca são, paradoxalmente, as maiores ferramentas para enfrentar o sofrimento psíquico e construir um futuro mais saudável. Que o Rio de Janeiro, berço do samba e do Carnaval, possa também se consolidar como um berço de cuidado, acolhimento e esperança para todas as mentes que nele habitam, transformando a “beleza e o caos” em um convite à vida plena e à saúde integral.